sábado, 8 de março de 2014
* Paulo Coelho *(O Alquimista)
...A lenda pessoal é aquilo que você sempre desejou fazer.
Todas as pessoas, no começo da juventude, sabem qual é
sua lenda pessoal.
Nesta altura da vida, tudo é claro, tudo é possível,
e não temos medo de sonhar e de desejar tudo aquilo que
gostaríamos de fazer. Entretanto, à medida em que o tempo
vai passando, uma misteriosa força começa a tentar provar
que é impossível realizar a Lenda Pessoal.
Esta força que parece ruim, na verdade está ensinando a você
como realizar sua Lenda Pessoal.
Está preparando seu espírito e sua vontade, porque existe uma
grande verdade neste planeta: seja você quem for, quando quer
com vontade alguma coisa, é porque este desejo nasceu na alma do Universo.
É sua missão na Terra.
(O Alquimista)
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Todo guerreiro já ficou com medo de entrar em combate.
...
Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro.
Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele.
Todo guerreiro já sofreu por bobagens.
...
Todo guerreiro já achou que não era guerreiro.
Todo guerreiro já falhou em suas obrigações.
Todo guerreiro já disse "SIM" quando queria dizer "NÃO".
Todo guerreiro já feriu alguém que amava.
Por isso é um guerreiro; porque passou por estes desafios,
e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Cuidado com as palavras: elas se transformam em ação.
Cuidado com as suas ações: elas se transformam em hábitos.
Cuidado com os seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
* Paulo Coelho *
Tempo Certo* Paulo Coelho *
De uma coisa podemos ter certeza:
de nada adianta querer apressar as coisas;
tudo vem ao seu tempo,
dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo e aí acontecem
os atropelos do destino,
aquela situação que você mesmo provoca,
por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
Mas alguém poderia dizer:
Qual é esse tempo certo?
Bom, basta observar os sinais.
Quando alguma coisa está para acontecer
ou chegar até sua vida,
pequenas manifestações do cotidiano
enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo,
um texto lido, uma observação qualquer.
Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará
de colocar você no lugar certo,
na hora certa, no momento certo,
diante da situação ou da pessoa certa.
Basta você acreditar que nada acontece por acaso.
Talvez seja por isso que você esteja
agora lendo estas linhas.
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais
já estão por perto e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre
conspira a seu favor quando você possui um
objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Um ancião índio norte-americano, certa vez,
descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:
- Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau.
O outro é muito bom, e eles estão sempre brigando.
Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga,
o ancião parou, refletiu e respondeu:
- Aquele que eu alimento mais frequentemente.
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro
é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção,
vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro.
Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só
serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada
minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões,
a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a
decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque
todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.
* Paulo Coelho *
* Paulo Coelho *
Encontre em seu coração
motivos para amar.
Não deixe que a doçura
escape de sua vida.
Amar é curar-se das agonias
desnecessárias!
* Paulo Coelho *
Chão de Giz= Zé Ramalho=
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar, quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de boy
That's over, baby!
Freud explica
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!
= Zé Ramalho=
Se eu morresse amanhã=Álvares de Azevedo=
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã:
Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã !
Quanta glória pressinto em meu futuro !
Que aurora de porvir e que manhã !
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã !
Que sol ! que céu azul ! que doce n’ alva
Acorda a natureza mais louçâ !
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã !
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã ...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã !
=Albert Einstein=
A Lagartixa=Álvares de Azevedo=
A lagartixa ao sol ardente vive,
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão dos teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sol a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito…
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha;
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
=Albert Einstein=
=Albert Einstein=
"A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério.
Essa é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras."
"Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos."
"A política serve a um momento no presente, mas uma equação é eterna."
"Triste época ! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito."
"Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei
como será a quarta: com pedras e paus."
"Sou um elefante branco para os outros; eles, para mim, tolos."
"O casamento é a tentativa mal-sucedida de extrair
algo duradouro de um acidente."
"A tradição é a personalidade dos imbecis."
"Para me punir por meu desprezo pela autoridade,
o destino fez de mim mesmo uma autoridade."
"Deus é sutil , mas não é maldoso."
"Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e
almejarem uma recompensa, então realmente somos um
grupo muito desprezível."
=Albert Einstein=
=Oriza Martins=
* O que mais quero é para sempre equilibrar
Paixão e amor no mesmo rol das emoções...
Quero de amor à tua vida me enlaçar
E de paixão me entregar, sem restrições...
* "Amor bandido"... Vivemos um amor total: bandido, leal, vilão...
mistura de bem e mal nas tramas do coração...
* O nosso amor é assim... Um viajante do tempo que mescla
adoravelmente o passado e o futuro em nosso eterno presente…
* Amar é verbo, amor, substantivo. Gramaticalmente.
Simples assim? Sim e não. Simples, mas nem tanto.
Amar é manifestar em pensamentos, palavras e ações o mais
expressivo e dignificante dos sentimentos humanos.
Amar inclui dedicação, doação, carinho e até mesmo renúncia.
Amor é, simultaneamente, princípio e fim de tudo isso;
o amor consegue ser causa e conseqüência das ações do verbo amar.
* Nem toda queda é lamentável... Se eu tiver que cair,
que seja de amor por alguém. É uma queda que vale a pena!
=Oriza Martins=
=Oriza Martins=
* O amor é a comprovação da existência da alma. Pense bem: a gente
come com a boca, vê com os olhos, ouve com os ouvidos...
mas com que parte de nós a gente sente amor?
Só pode ser com a alma...
* Num ambiente onde não existe amor, os melhores instintos do
homem não conseguem se aflorar completamente e somente com o exercício
do amor conseguiremos neutralizar os baixos instintos.
* Por que te amo?... Te amo porque te amo, te amo de amar sem fim,
te amo porque te amo... É isso: simples assim!
* Se amar é sofrer... stress e flagelo...
Hão de preferir nossos corações
O fascínio eterno de um doce libelo
A um destino insosso, pobre de emoções...
* O egoísmo é o maior dos empecilhos na vivência do amor.
* Se pelo romantismo vale o amor... pelo amor vale a vida!
* Numa relação a dois, romantismo e amor se completam...
o romantismo é o tempero do amor a dois. Às vezes,
apresenta-se mais picante, outras vezes mais suave,
mas de qualquer forma é absolutamente delicioso!
=Oriza Martins=
=Oriza Martins=
* Amar alguém é estar presente na ausência,
compartilhar lágrimas e venturas, dividir
alegrias para multiplicar felicidade...
* Os segredos do amor a dois constituem um
precioso tesouro guardado no baú da mais fascinante cumplicidade...
=Oriza Martins=
Dos mais belos seres, queremos mais=Shakespeare=
Dos mais belos seres, queremos mais
De tal forma que não finde jamais a rosa da beleza,
Mas enquanto as mais maduras decrescem com o tempo,
Seus rebentos jovens possam relembrar suas memórias:
Mas tu, contratada a seus lindos olhos,
És auto-suficiente na luz de tua chama com tua beleza,
E crias a fome, onde está a abundância,
Inimiga de ti mesma, tu que és tão doce, a ti mesma tão cruel.
Hoje frescamente ornamentas o mundo,
E pareces a única capaz de anunciar a abundância da primavera,
Mas eis que dentro de teu próprio botão enterras tua essência,
E, tolinha, ocacionas um desperdício na natureza,
Tem pena do mundo, ou então isto seria egoísmo,
Consumir o quinhão que ao mundo se deve, e isto ao túmulo, e a ti mesma.
=Mário Quintana=
Canção do Amor Imprevisto=Mário Quintana=
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com tua boca fresca de madrugada,
Com teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!
=Mário Quintana=
Amor é síntese=Mário Quintana=
Por favor não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito amor.
=Mário Quintana=
Quem Ama Inventa=Mário Quintana=
Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!
=Mário Quintana=
Sinônimos= Zé Ramalho=
Quanto o tempo o coração leva pra saber
Que o sinônimo de amar é sofrer
No aroma de amores pode haver espinhos
É como ter mulheres e milhões e ser sozinho
Na solidão de casa, descansar
O sentido da vida, encontrar
Ninguém pode dizer onde a felicidade está
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar os seus segredos
Sinônimo de amor é amar
Quem revelará o mistério que tem a fé
E quantos segredos traz o coração de uma mulher
Como é triste a tristeza mendigando um sorriso
Um cego procurando a luz na imensidão do paraíso
Quem tem amor na vida, tem sorte
Quem na fraqueza sabe ser bem mais forte
Ninguém sabe dizer onde a felicidade está
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar os seus segredos
Sinônimo de amor é amar
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar os seus segredos
Sinônimo de amor é amar
Sinônimo de amor é amar
Sinônimo de amor é amar
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar os seus segredos
Sinônimo de amor é amar
Quem revelará o mistério que tem a fé
E quantos segredos traz o coração de uma mulher
Como é triste a tristeza mendigando um sorriso
Um cego procurando a luz na imensidão do paraíso
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar os seus segredos
Sinônino de amor é amar.
= Zé Ramalho=
quarta-feira, 5 de março de 2014
Aos olhos dele=Florbela Espanca –
Não acredito em nada. As minhas crenças
Voaram como voa a pomba mansa;
Pelo azul do ar. E assim fugiram
As minhas doces crenças de criança.
Fiquei então sem fé; e a toda a gente
Eu digo sempre, embora magoada:
Não acredito em Deus e a Virgem Santa
É uma ilusão apenas e mais nada!
Mas avisto os teus olhos, meu amor,
Duma luz suavíssima de dor…
E grito então ao ver esses dois céus:
Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa
Que criou esse brilho que m’encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!
( Florbela Espanca )
Mulherão – Marta Medeiros-
Peça para um homem descrever um mulherão.
“Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios,
na medida da cintura, no volume dos lábios,
nas pernas, bumbum e cor dos olhos.
Ou vai dizer que tem de ser loira, 1,80m,
siliconada, sorriso colgate.
Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas:
Veras, Giseles, Malus, Adrianes, Lumas e Brunas.
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera
um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho
e mais dois para voltar, e quando chega em casa,
encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir
matrícula na escola, e aquela aposentada que passa horas
em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais mensais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários
de segunda à sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é aquela que sai do trabalho e vai para a faculdade
estudar até às 24 horas para ter uma vida mais digna.
Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas,
depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquila,
que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça,
ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.
Mulherão é quem leva os filhos para escola,
busca os filhos na escola,
leva os filhos para natação, balé, leva os filhos para cama,
conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme
enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,
é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva,
é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora,
é quem bota a mesa, cozinha o feijão e
à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é quem cria os filhos sozinha,
quem dá expediente de 8 horas e
enfrenta menopausa, TPM e menstruação.
Mulherão é quem arruma os armários, coloca as flores nos vasos,
fecha a cortina para o sol não desbotar o sofá
e mantém a geladeira cheia.
Mulherão é quem sabe onde cada coisa está,
o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Marias, Patrícias, Anas, Luanas, Sheilas,Vitórias:
mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer,
mas mulherão é quem mata um leão por dia para sobreviver.”
= Marta Medeiros-
Feliz Dia das Mulheres!
=Poemas de Martha Medeiros=
"Quem você pensa que é?"
perguntou pra mim de queixo em pé...
Sou forte,
fraca,
generosa,
egoísta,
angustiada,
perigosa,
infantil,
astuta,
aflita,
serena,
indecorosa,
inconstante,
persistente,
sensata e corajosa,
como é toda mulher,
poderia ter respondido,
mas não lhe dei essa colher.
Martha Medeiros
=Poemas de Martha Medeiros=
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez
acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de
nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a
outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar
o que nos falta: a gente cresce através da
gente mesmo. Se estivermos em boa companhia
é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos,
e os que escapam dela estão condenados
à marginalidade. Não contaram que estas
fórmulas dão errado, frustram as pessoas,
são alienantes, e que podemos tentar outras
alternativas.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz
e se apaixonar por alguém.
Martha Medeiros
=Poemas de Martha Medeiros=
Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura...
Martha Medeiros
=Poemas de Martha Medeiros=
Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que
não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento
importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no
vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que
vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a
saudade dos momentos simples:
Da sua mãe te chamando pra acordar,
Do seu pai te levando pela mão,
Dos desenhos animados com seu irmão,
Do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver,
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.
Martha Medeiros
A TODOS...=Martha Medeiros=
A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata,
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraiso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha é não poder ser imitada.
Martha Medeiros
=Martha Medeiros=
Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não
provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos,
um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e
demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho,
seu asco, sua adoração ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer,
suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
Martha Medeiros
=Martha Medeiros=
Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.
=Martha Medeiros=
QUEM MORRE?=Martha Medeiros=
Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ!
Martha Medeiros
EU TE AMO... NÃO DIZ TUDO!=Martha Medeiros=
Você sabe que é amado(a) porque lhe disseram isso?
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,
Que zela pela sua felicidade,
Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,
Que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas,
E que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,
É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.
Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
Sem inventar um personagem para a relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!
Martha Medeiros
=Martha Medeiros=
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.
Martha Medeiros
PEDAÇOS DE MIM=Martha Medeiros=
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Já
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros
Affonso Romano de Sant'Anna=BIOGRAFIA=
Affonso Romano de Sant'Anna
"Às vezes, você perde vários poemas, porque sente uma frase, sente algo murmurado no seu espírito e não presta atenção porque está ocupado com os ruídos da vida. É necessário apurar o seu ouvido, ter a humildade de anotar a coisa mesmo quando ela não é muito boa. Pode, de repente, um texto meio nebuloso, meio esquisito, meio simplório demais, dar raiz a um poema posteriormente interessante."
Affonso Romano de Sant'Anna é um caso raro de artista e intelectual que une a palavra à ação. Com uma produção diversificada e consistente, pensa o Brasil e a cultura do seu tempo, e se destaca como teórico, como poeta, como cronista, como professor, como administrador cultural e como jornalista.
Com mais de 40 livros publicados, professor em diversas universidades brasileiras - UFMG, PUC/RJ, URFJ, UFF, no exterior lecionou nas universidades da California (UCLA), Koln (Alemanha), Aix-en-Provence (França). Seu talento foi confirmado pelo estímulo recebido de várias fundações internacionais como a Ford Foundation, Guggenheim, Gulbenkian e o DAAD da Alemanha, que lhe concederam bolsas de estudo e pesquisa em diversos países.
Nascido em Belo Horizonte (1937), desde os anos 60 teve participação ativa nos movimentos que transformaram a poesia brasileira, interagindo com os grupos de vanguarda e construindo sua própria linguagem e trajetória.
Data desta época sua participação nos movimentos políticos e sociais que marcaram o país. Embora jovem, seu nome já aparece nas principais publicações culturais do país. Por isto, como poeta e cronista foi considerado pela revista “Imprensa”, em 1990, como um dos dez jornalistas que mais influenciam a opinião de seu país.
Nos anos 70, dirigindo o Departamento de Letras e Artes, PUC/RJ, estruturou a pós graduação em literatura brasileira do Brasil, considerada uma das melhores do país. Trouxe ao Brasil conferencistas estrangeiros como Michel Foucault e apesar das dificuldades impostas pela ditadura realizou uma série de encontros nacionais de professores, escritores e críticos literários além de promover a “ Expoesia” - evento que reuniu 600 poetas num balanço da poesia brasileira.
Durante sua gestão, pela primeira vez no país a chamada literatura infanto-juvenil passou a ser estudada na universidade e a ser tema de teses de pós-graduação. Foram também abertos cursos de Criação Literária com a presença de importantes escritores nacionais.
Foi autor, dentro da universidade, de trabalhos pioneiros sobre música popular, como o livro "Música popular e moderna poesia brasileira".
Como jornalista trabalhou nos principais jornais e revistas do país: Jornal do Brasil (pesquisa e copydesk), Senhor(colaborador) ,Veja(critico), Isto É(Cronista), colaborador do jornal O Estado de São Paulo. Foi cronista d da Manchete e do Jornal do Brasil . e está n'O Globo desde 1988.
Considerado pelo crítico Wilson Martins como o sucessor de Carlos Drummond de Andrade, no sentido de desenvolver uma “linhagem poética” que vem de Gonçalves Dias, Bilac, Bandeira e Drummond, realmente substituiu este último como cronista no “Jornal do Brasil”, em 1984. E foi sobre Carlos Drummond de Andrade a sua tese de doutoramento (UFMJ), intitulada:"Drummond, o gauche no tempo", que mereceu quatro prêmios nacionais.
Nos duros tempos da última ditadura militar, Affonso Romano de Sant'Anna publicou corajosos poemas nos principais jornais do país, não nos suplementos literários, mas nas páginas de política . Poemas como “ Que país é este?” (traduzido para o espanhol, inglês, francês e alemão), foram transformados em “posters”, aos milhares, e colocados em escritórios, sindicatos, universidades e bares.
Nessa época produziu uma série de poemas para a televisão (Globo) .Esses poemas eram transmitidos no horário nobre, no noticiário noturno e atingiam uma audiência de 60 milhões de pessoas.
Como presidente da Biblioteca Nacional — a oitava biblioteca do mundo, com oito milhões de volumes — realizou entre 1990 e 1996 a modernização tecnológica da instituição, informatizando-a, ampliando seus edifícios e lançando programas de alcance nacional e internacional.
Criou o Sistema Nacional de Bibliotecas, que reúne 3.000 instituições e o PROLER ( Programa de Promoção da Leitura), que contou com mais de 30 mil voluntários e estabeleceu-se em 300 municípios em 1991 lançou o programa “Uma biblioteca em cada município”.
Criou na Biblioteca Nacional os programas de tradução de autores brasileiros, de bolsa para escritores jovens e encontros internacionais com agentes literários.
Seu trabalho à frente da Biblioteca Nacional possibilitou que o Brasil fosse o país-tema da Feira de Frankfurt( 1994), o país-tema, na Feira de Bogotá(1995) e no Salão do Livro( Paris, 1998).
Lançou a revista “Poesia Sempre”, de circulação internacional, tendo organizado números especiais sobre a América Latina, Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha.
Foi Secretário Geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas(1995-1996), que reúne 22 instituições desenvolvendo amplo programa de integração cultural no continente.
Foi Presidente do Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe-CERLALC), 1993-1995.
Como poeta participou do “International Writing Program”(1968-1969) em Iowa, USA, dedicado a jovens escritores de todo o mundo.
Tem participado de dezenas de encontros internacionais de poesia. Esteve no Festival Internacional de Poesia Pela Paz, na Coréia(2005) , realizou uma série de leituras de poemas no Chile, por ocasião do centenário de Neruda (2004), esteve na Irlanda, no Festival Gerald Hopkins (1996), na Casa de Bertold Brecht, em Berlim (1994), no Encontro de Poetas de Língua Latina (1987), no México, no Encontro de Escritores Latino-americanos em Israel (1986).
Mereceu vários prêmios nacionais destacando-se o da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo "conjunto de obra".
Foi júri de uma série de prêmios internacionais como o Prêmio Camões (Portugal/Brasil), Prêmio Rainha Sofia (Espanha), Prêmio Peres Bonald (Venezuela), Prêmio Pégaso/Mobil Oil (Colômbia/USA), Reina Sofia (Espanha).
Diversos textos seus foram convertidos em teatro, balé e música e tem diversos CDs de literatura gravados com sua voz e na voz de atores diversos.
Sua obra tem sido objeto de teses de mestrado e doutorado no Brasil e no exterior.
Recebeu algumas das principais comendas brasileiras como Ordem Rio Branco, Medalha Tiradentes, Medalha da Inconfidência, Medalha Santos Dummont.
É casado com a escritora Marina Colasanti.
Obras do biografado:
Poesia (Brasil):
"Canto e Palavra"- 1965 - Imprensa Oficial de Minas Gerais
"Poesia sobre Poesia"- 1975 - Imago/RJ
"A Grande Fala do Índio Guarani"- 1978 - Summus Editorial/SP
"Que País é Este?"- 1980 - Civilização Brasileira - 1984 - Rocco/RJ
"A Catedral de Colônia e Outros Poemas"- 1987 - Rocco/RJ
"A Poesia Possível" (poesia reunida) - 1987 - Rocco/RJ
"O Lado Esquerdo do Meu Peito"- 1991 - Rocco/RJ
"Epitáfio para o século XX" (antologia) - 1997 - Ediouro/SP
"Melhores poemas de Affonso Romano de Sant'Anna - Global/SP
"A grande fala e Catedral de Colônia" (ed. comemorativa) -1998 - Rocco, Rio
"O intervalo amoroso" (antologia). - 1999 - L&PM/Porto Alegre
"Textamentos" - 1999 - Rocco/RJ
"Vestígios" - 2005 - Rocco/RJ
"A cegueira e o saber" - 2006 - Rocco/RJ
Poesia (Exterior):
"Antologia de Poesia Brasileira" (org. Jose Valle Figueiredo) - 1970 - Verbo, Portugal.
"Antologia de La Poesia Latinoamericana (1950-1970) (org. Stfan Baciu) - 1974 - State University of New York, 1974.
"Litérature du Brèsil (Revue Europe)" - 1982 - Paris, França.
"Beispilsweise Koln-Ein Lesebuch herausgegeben von H. Grohler" - G. E. Hoffman, H. J. Tummers, Lamuv Verlag, Alemanha, 1984.
"Translation: The Journal of literary Translation" - 1984 - Spring Columbia Univ.
"Lianu Liepsna (Brazily naujosios poezijos antologija)" (Antologia de poesia brasileira em lituano) - 1985 - Org. Povilas Gaucys, Chicago.
"South Easser Latin americanisis" - 1985 - Univ. Miami
"A posse da terra (escritor brasileiro hoje)" (org. Cremilda Medina) - 1985 - Imp. Nacional/Casa da Moeda/Sec. Cultura, SP.
"Antologia da poesia brasileira" (org. Carlos Nejar) - 1986 - Imp. Nacional/Casa da Moeda, Portugal.
"Brazilian literature" - 1986 - Special Issue. Latin American Literary Review, Univ. Pittsburgh.
"Anthologie de la nouvelle poèsie brèsilienne" (org. Serge Borjea) - 1988 - Harmatan, Paris.
"Okolice (miesiecznick spoleczno-literacki)" - 1992 - Marzec, Polônia
"Epitáfio para el siglo XX" - 1994 - Fundarte - Caracas, Venezuela
"Antologia da Poesia Brasileira" - 1994 - China, Emb. do Brasil - Pequim
"Liberté/Brasil Lirtéraire" - 1994 - Montreal, Canadá
"Das Gediche (Zeitschrife fur lyrik, Essay und Kritik)" - 1995 - AGHL, Alemanha.
"Vision de la poesia brasileña" (org. Thiago de Mello) - 1996 - Instituto Libro Santiago, Chile.
"Tierra de Nadie" (antologia de nueve poetas latinoamericanos) - 1996 - Ed. Una, Costa Rica.
"Neue lateinamrikanishee poesial" - Nueva Poesía America Latina. Rowohir Literatur Magazin, 38, Hamburg, 1996.
"Review: Latin American Literature and Arts" - 1996 - America Societe, New York, USA.
" brasiliani contemporanei" - 1997 - Silvio Castro. Centro Internazionale della Grafica di Venezia. Univ. Padora, Itália.
"Affonso Romano de Sant' Anna & Carlos Nejar: deux poètes brésiliens contemporains" (org Regina Machado) - 2000 - La Sape, Centre Nationnale de Lettres, Paris.
Antologias de Poesia (Brasil):
"4 poetas" - 1960 - Universitária, Belo Horizonte
"Violão de rua I" - 1962 - Civilização Brasileira
"Violão de rua II" - 1963 - Civilização Brasileira
"Violão de rua III" - 1963 - Civilização Brasileira
"Poesia da fase moderna" (org. Manuel Bandeira e Walmyr Ayala) - 1966 - Ediouro
"Poesia viva" (org. Moacyr Felix) - 1968 - Civilização Brasileira
"Poesia contemporânea" (org. Henrique Alves) - 1985 - Roswitha Kampf - SP
"Carne viva" (org. Olga Savary) - 1984 - Anima/RJ
"O Imaginário a Dois "- 1987 - Artetexto/RJ (com Marina Colasanti)
"Sincretismo: a poesia da Geração 60" (org. Pedro Lyra) - 1995 - Topbooks
"Poesia contemporânea, cadernos de poesia brasileira" - 1997 - Cadenos de Poesia Brasileira. Inst. Cultural Itaú, SP
"Baú de Letras" (antologia poética de Juiz de Fora) - 2000 - Funalfa, Juiz de Fora
"Os cem melhores poetas brasileiros do século" (org. José Nêumanne Pinto) - 2001 - Geração Editorial,SP
Crônicas:
"A Mulher Madura"- 1986 - Rocco/RJ
"O Homem que Conheceu o Amor"- 1988 - Rocco/RJ
"A Raiz Quadrada do Absurdo"- 1989 - Rocco/RJ
"De Que Ri a Mona Lisa?"- 1991 - Rocco/RJ
"Mistérios Gozosos"- 1994 - Rocco/RJ
"A vida por viver" - 1997 - Rocco/RJ
"Porta de Colégio" (antologia) - 1995 - Ática/SP
"Nós os que matamos Tim Lopes" - 2002 - Expressão e Cultura
"Pequenas seduções" - 2002 - Sulina
"Que presente te dar" - 2002 - Expressão e Cultura
"Antes que elas cresçam" - 2003 -Landmark
"Os homens amam a guerra" - 2003 - Francisco Alves
"Que fazer de Ezra Pound" 2003 - Imago
Ensaios:
"O Desemprego da Poesia"- 1962 - Imprensa Universitária de Minas Gerais
"Drummond, o "gauche" no tempo" - Record/Rio - 1990
"Política e Paixão"- 1984 - Rocco/RJ
"Análise Estrutural de Romances Brasileiros" - 1989 - Ática/Petrópolis
"Por um novo Conceito de Literatura Brasileira"- 1977 - Eldorado/RJ
"Música Popular e Moderna Poesia Brasileira" - 1997 - Vozes/Petrópolis
"Emeric Marcier "- 1993 - Pinakothec/RJ
"O Canibalismo Amoroso"- Rocco/RJ - 1990
"Paródia Paráfrase & Cia."- 1985 - Ática/SP
"Como se Faz Literatura "- 1985 - Vozes /Petrópolis
"Agosto 1991: Estávamos em Moscou"- 1991 - Melhoramentos/SP (com Marina Colasanti)
"O que aprendemos até agora?" - Edutifia, São Luís, Maranhão (1984). Ed. Universidade de Santa Catarina - SC, 1994
"Barroco, alma do Brasil." - 1997 - Comunicação Máxima/Bradesco, RJ Reeditado em inglês, francês e espanhol , 1998
A sedução da palavra(ensaio e crônicas). Letraviva. Brasili, 2000
Barroco, do quadrado à elipse. Rocco,Rio, 2000
Desconstruir Duchamp, Vieira e Lenti Casa Editorial, 2003
Prosa e Ensaios (participações):
O livro do seminário (1ª. Bienal Nestlé de Literatura), 1982
Crônicas mineiras. Ática, 1984
A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector (textos críticos). Co. Arquivos, Unesco, 1988
Tv ao vivo. Brasiliense, 1988
Homenagem a Manuel Bandeira, UFF/ Presença, Rio, 1989
Palavra de poeta. Denira do Rosário. José Olympio, Rio, 1989
Auto-retratos.Giovani Ricciardi, Martins Fontes, São Paulo, 1991
Drummond (arte em exposição). Salamandra, Rio, 1990
Minas liberdade. Secretaria de Cultura de Minas Gerais, 1992
O amor natural. Carlos Drummond de Andrade (prefácio), Record. Rio, 1992.
Cartas de Mário de Andrade. Nova. Fronteira, Rio, 1993
Hélio Pelegrino. A-deus. Vozes, Petrópolis, 1990
131 posições sexuais (o sexo visto por 131 personalidades) Org./ Lu Lacerda
Tiradentes, teu nome é liberdade, Máxima Comunicação, Rio, 1992
O livro ao vivo. Centro Cultural Cândido Mendes, Rio, 1995
Crônicas de amor. Ceres, SP, sem data
Brasil e Portugal: 500 anos de enlaces e desenlaces - volume 01 - (org. Gilda Santos). Real Gabinete Português de Leitura, Ano 2000, Rio
Para entender o Brasil.(org. Marisa Sobral Luiz Antonio Aguiar), Alegro, São Paulo,2000
Brasil e Portugal 500 anos de enlaces e desenlaces, volume 02 - Real Gabinete Português de Leitura, 2001,Rio
Prosas e Ensaios (participações no exterior):
Confluences littéraires(Bresil-Quebec). Les bases d"une compairaison.Les Editions Balzac,Montreal, 1992
Les riques du métier. L'Exagone.Quebec. Montreal. Canadá, 1990
Cuentos Brasileños. Andres Bello, Chile, 1994
O Brasil no limitar do sec. XXI. Frankfurt am Main,TFM, Frankfurt, 1996
Libraries, social inequalities and the challenge of the twenty first century.Dedadus(Journal of the American Academy of Arts ans Sciences,Fall 1996).
Tropical Paths: essay on modern brazilian literature (Org. Randal Jonhson) Ed.Garland, N. York/London, 1993
Brésil, poèsie du corpos. M. Leroy-Patay- M.E. Malheiros Poulet, La taillanderie, Lyon, 2000
"Lusofonia, mentiras e realidade" in "Veredas (Revista da Associação Internacional de Lusitanistas), Fundação Eng. Antonio de Almeida, Porto, 2000
Multimídia:
Cds:
Affonso Romano de Sant'Anna por Tônia Carrero. Luzdacidade. Niterói, 1998.
Crônicas escolhidas (com participação de Paulo Autran). Luzdacidade, Niterói, 1999.
"O escritor por ele mesmo" Instituto Moreira Salles, 2001.
Prêmios Literários:
"Prêmio Mário de Andrade" - Com o livro "Drummond, o gauche no tempo."
"Prêmio Fundação Cultural do Distrito Federal" - Com o livro "Drummond, o gauche no tempo."
"Prêmio União Brasileira de Escritores" - Com o livro "Drummond, o gauche no tempo."
"Prêmio Pen-Clube" - Com o livro "O canibalismo amoroso"
"Prêmio União Brasileira de Escritores" - Com o livro "Mistérios Gozosos"
"Prêmio APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte", pelo conjunto de obra
As informações acima foram enviados pelo autor
fonte: BLOG Releituras.
Amor e Medo=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Estou te amando e não percebo,
porque, certo, tenho medo.
Estou te amando, sim, concedo,
mas te amando tanto
que nem a mim mesmo
revelo este segredo.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Chegando em Casa=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Chegando em casa
com a alma amarfanhada
e escura
das refregas burocráticas
leio sobre a mesa
um bilhete que dizia:
- hoje 22 de agosto de 1994
meu marido perdeu, deste terraço:
mais um pôr de sol no Dois Irmãos
o canto de um bem-te-vi
e uma orquídea que entardecia
sobre o mar.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Separação=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Desmontar a casa
e o amor. Despregar
os sentimentos das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas
após a tempestade
das conversas.
O amor não resistiu
às balas, pragas, flores
e corpos de intermeio.
Empilhar livros, quadros,
discos e remorsos.
Esperar o infernal
juizo final do desamor.
Vizinhos se assustam de manhã
ante os destroços junto à porta:
-pareciam se amar tanto!
Houve um tempo:
uma casa de campo,
fotos em Veneza,
um tempo em que sorridente
o amor aglutinava festas e jantares.
Amou-se um certo modo de despir-se
de pentear-se.
Amou-se um sorriso e um certo
modo de botar a mesa. Amou-se
um certo modo de amar.
No entanto, o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas, tropas de insultos
malas desesperadas, soluços embargados.
Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?
No quarto dos filhos
outra derrota à vista:
bonecos e brinquedos pendem
numa colagem de afetos natimortos.
O amor ruiu e tem pressa de ir embora
envergonhado.
Erguerá outra casa, o amor?
Escolherá objetos, morará na praia?
Viajará na neve e na neblina?
Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa
mais que uma mala de chumbo.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Reflexivo=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
O que não escrevi, calou-me.
O que não fiz, partiu-me.
O que não senti, doeu-se.
O que não vivi, morreu-se.
O que adiei, adeus-se.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Fascínio=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis.
Não deveria, dizem.
Me esforço. Aliás,
já nem me esforço.
Abertamente me ponho a admirá-las.
Não estrou traindo ninguém, advirto.
Como pode o amor trair o amor?
Amar o amor num outro amor
é um ritual que, amante, me permito.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Cena Familiar=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Densa e doce paz na semiluz da sala.
Na poltrona, enroscada e absorta, uma filha
desenha patos e flores.
Sobre o couro, no chão, a outra viaja silenciosa
nas artimanhas do espião.
Ao pé da lareira a mulher se ilumina numa gravura
flamenga, desenhando, bordando pontos de paz.
Da mesa as contemplo e anoto a felicidade
que transborda da moldura do poema.
A sopa fumegante sobre a mesa, vinhos e queijos,
relembranças de viagens e a lareira acesa.
Esta casa na neblina, ancorada entre pinheiros,
é uma nave iluminada.
Um oboé de Mozart torna densa a eternidade.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Limites do Amor=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.
O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, sem empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:
- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Despedidas=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Começo a olhar as coisas
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.
Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!
Nada mais é gratuito, tudo é ritual
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm os que amando tudo o que perderam
já não mentem.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Silêncio Amoroso – 2=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Preciso do teu silêncio
cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir. É um modo
denso/tenso
- de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Amar a Morte=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Amar de peito aberto a morte.
Não de esguelha, de frente.
Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.
Amá-la como se ama
uma bela mulher
e inteligente.Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará
com uns e outros
indiferente.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Arte-final=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Não basta um grande amor
para fazer poemas.
E o amor dos artistas, não se enganem,
não é mais belo
que o amor da gente.
O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.
Uma coisa é a letra,
e outra o ato,
quem toma uma por outra
confunde e mente.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Catando os Cacos do Caos=
Catar os cacos do caos
como quem cata no deserto
o cacto
- como se fosse flor.
Catar os restos e ossos
da utopia
como de porta em porta
o lixeiro apanha
detritos da festa fria
e pobre no crepúsculo
se aquece na fogueira erguida
com os destroços do dia.
Catar a verdade contida
em cada concha de mão,
como o mendigo cata as pulgas
no pêlo
- do dia cão.
Recortar o sentido
como o alfaiate-artista,
costurá-lo pelo avesso
com a inconsútil emenda
à vista.
Como o arqueólogo
reunir os fragmentos,
como se ao vento
se pudessem pedir as flores
despetaladas no tempo.
Catar os cacos de Dionisio
e Baco, no mosaico antigo
e no copo seco erguido
beber o vinho
ou sangue vertido.
Catar os cacos de Orfeu partido
pela paixão das bacantes
e com Prometeu refazer
o fígado
- como era antes.
Catar palavras cortantes
no rio do escuro instante
e descobrir nessas pedras
o brilho do diamante.
É um quebra-cabeça?
Então
de cabeça quebrada vamos
sobre a parede do nada
deixar gravada a emoção
Cacos de mim
Cacos do não
Cacos do sim
Cacos do antes
Cacos do fim
Não é dentro
nem fora
embora seja dentro e fora
no nunca e a toda hora
que violento
o sentido nos deflora.
Catar os cacos
do presente e outrora
e enfrentar a noite
com o vitral da aurora
( Affonso Romano de Sant’Anna )
Assombros=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.
Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.
Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
O Amor e o Outro=( Affonso Romano de Sant’Anna )=
Não amo
melhor
|
nem pior
do que ninguém.
Do meu jeito amo.
Ora esquisito, ora fogoso,
às vezes aflito
ou ensandecido de gozo.
Já amei
|
até com nojo.
Coisas fabulosas
acontecem-me no leito. Nem sempre
de mim dependem, confesso.
O corpo do outro
é que é sempre surpreendente.
( Affonso Romano de Sant’Anna )
(O lado esquerdo do meu peito: livro de aprendizagens. Rio de Janeiro: Rocco, 1992. p. 104)
"...Acredito=Maria de Queiroz=
em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro,
de alguma forma,
no toque mesmo,
na voz, ou no conteúdo..."
_____________Maria de Queiroz