sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Tiago Carvalho* =Nada mais tens para me dar=



A única água que me mata a sede
é a que escorre no teu rosto.
Chora, que venha um rio, mar,
um oceano de dores salgadas.
E cada dor, por mais profunda e sombria que seja,
melhor me fará.
Quero tomar o gosto das tuas desventuras
e saborear, gota a gota,
toda a angústia que expeles.
Alimenta-me.
Nesse triste lamento serei feliz.
Então chora,
e beberei, da tua face,
um resquício da minha dor.
Nada mais tens para me dar.
*Tiago Carvalho *

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